O Blog Paulo Craveiro News traz fatos e fotos que marcaram a história do município de José de Freitas em uma edição especial de aniversário da cidade. Ao completar seus 144 anos de emancipação politica a cidade de José de Freitas recebe várias homenagens e, o Blog Paulo Craveiro News estará postando de 1º a 7 de abril fatos e fotos da n historia do município. Nesta quinta postagem, você vai conhecer um pouco da história em destaque,”A Década de 1950, um Referencial Histórico para José de Freitas”
Com Informações do Escritor e Historiador, Fernando Freitas.
Nos anos 50 a educação formal pública em José de Freitas era realizada no Grupo Escolar Padre Sampaio. As únicas escolas da zona rural com prédio próprio era a do São Domingos e do Cadeirãozinho. A energia elétrica acabara de ser inaugurada com uma usina na cidade, mas apagava as 22 horas. O entretenimento tinha poucas opções, além do açude da Pitombeira, do Teatro Municipal Matias Olímpio de Melo (quase nunca funcionava), das praças Dom Gil, Tiradentes e Francisco Ivo. Havia o Cristo Ressuscitado do cume do Morro da Esperança (atual Morro do Fidié) de 1947, o Clube Recreio e o Centro Operário, que realizavam algumas festas por ano.
Em agosto imperava um acanhado festejo de agosto. No atual prédio da Guarda Municipal funcionava o primeiro Mercado Público da cidade, construído em 1925; a segurança era feita por um cabo e três soldados, e era alojada no prédio da Cadeia, onde foi o Hotel Municipal e agora será uma loja de artesanato e outras coisas… Ainda não existia Igreja Evangélica em José de Freitas. A comunicação entre as cidades era precária, a viagem para Teresina durava três horas e atolava muito na época das chuvas. Dois caminhões mistos faziam a linha diária para Teresina; na cidade transitavam três caminhões, uma camioneta de caçamba e cabine, duas rural Willis fechadas, dez jipes, 132 carroças com pneu, cinco motocicletas e 118 bicicletas. Existiam 29 geladeiras a querosene e uns cinquenta rádios receptores (FREITAS, 1994, p. 79).
O comércio da cidade estava baseado na Casa Almendra e em outras pequenas lojas. O médico da cidade era o Dr Francisco Craveiro de Melo e o padre era Tarcísio Cruz; a Igreja de São Francisco das Chagas tinha oito anos de existência. Mas o pior, é que ainda não existia o serviço de água encanada e tratada. Quem tivesse dinheiro fazia um poço cacimbão em casa ou comprava água dos jumentos nas ruas, água boa do Olho d’água de N. Senhora. Os interiores mais povoados e badalados eram a Olinda, o Cadeirãozinho, o São Domingos, o Mocambo e outros menores e mais próximos da cidade.
O país voltava a viver numa democracia, após 15 anos de governo de exceção e o Estado Novo de Getúlio Vargas. Aqui não tinha Câmara de vereadores neste período. Os prefeitos eram indicados pelo governador interventor. Mas em 1948, Edgar Gaioso venceu a primeira eleição municipal em José de Freitas, após o retorno da democracia; em 1952, Ferdinand Freitas venceu a segunda, Jacob Sampaio Almendra a terceira e assim a década de 1950 marcou José de Freitas com progresso, melhorando a saúde pública, a educação, a infraestrutura (ruas e estradas), etc. Daí pra frente a história se modifica. Mas “atrás do pobre corre o bicho” e o rico ciclo da carnaúba entra em declínio, desempregando centenas de trabalhadores no campo (localidade Olinda foi que mais sofreu, era grande produtora do pó da carnaúba). Esse povo veio todo para a cidade, em busca de sobrevivência, desorganizando os espaços urbanos e dando visibilidade à cultura do desemprego. Assim outra história se inicia em José de Freitas, o pós anos 50 do século XX.
FONTE: livro ORIGENS (2022), de Fernando de Almendra Freitas. Escritor, pertencente à Academia Freitense de Letras, Ciências e Artes – AFL.